Solito, o girassol teimoso

Solito é um pequeno girassol que nasceu à beira de uma plantação, mas que, ao invés de nutrir-se da luz e calor do sol, opta por passar seus dias desejando uma outra vida. Uma lição sobre buscar alegria e satisfação onde não se pode encontrá-las e as consequências desta escolha enganosa.

O campo estava pronto. O solo fértil estendia-se ao horizonte, sob a luz do sol da primavera, preparado para receber as sementinhas que começavam a ser lançadas. Cada uma delas foi encontrando seu lugar e ajeitando-se no chão fofo e úmido. Agora bastava somente esperar e, em breve, os girassóis nasceriam.

Pouco tempo se passou, e pequeninos caules verde-claro, começaram a aparecer. Solito esticou-se, rompendo a camada de terra sobre ele e conseguiu ver, pela primeira vez, a luz do dia. Algumas sementinhas ao seu lado já haviam brotado e uma delas disse-lhe:

– Bom dia pequeno girassol, seja bem vindo à plantação! Qual seu nome?.

– Meu nome é Solito.

Muito curioso, Solito começou a olhar por toda a sua volta. Percebeu que estava bem à beira da plantação, de onde podia ver muito bem um vilarejo que ficava há poucos metros dali.

Dia a dia as sementinhas, que agora, já eram pequenas plantinhas, iam crescendo. Durante o amanhecer elas se agitavam, ansiosas, esperando o dia clarear. Era uma alegria quando surgiam, ao leste, os primeiros raios do sol. Todas elas, virando, esticavam-se para receber o máximo que podiam daquela luz forte e brilhante. Menos Solito, cujo único interesse era observar, do lado oposto, o movimento do vilarejo. As plantinhas diziam a ele:

_ Vire-se Solito, o Sol está surgindo. Olhe como é lindo!

Mas Solito não queria saber, e dizia-lhes:

– Eu não! Tenho coisas muito mais interessantes para olhar! Quem sabe amanhã!

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